domingo, 16 de maio de 2010

Na sua estante...



Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar,
Te vejo sonhando e isso dá medo,
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande notícias
Você acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo

Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar

Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar

Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem

Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo

Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar

Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar

Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver, só por hoje não vou tomar minha dose de você

Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam
E essa abstinência uma hora vai passar



(Sempre passa e eu me machuco cada vez mais)

domingo, 9 de maio de 2010

Lembranças ao vazio

 

    Acabo de entrar em minha casa e olho o jardim abandonado. Abandonado por mim, mas não pela luz da lua, a mesma luz seca, a luz da lua nova, a escondiada, mas a apaixonada. Olho ainda a escuridão entre flores lindas e com o cheiro da mais pura alegria, o cheiro doce, mas o cheiro em que, em minhas condições atuais, não me deixava confortável o bastante para o sentir.
Ando um pouco mais sobre as pedrinhas que demarcam o caminho até o interior de minha gaiola. Sinto o vento frio mexer algumas mechas do meu cabelo assanhado, me dá alguns arrepios ao lembrar-me de minhas angústias atuais e seca algumas lágrimas fujonas que estava caindo na minha face. Paro e sento nos bancos de jardim em que me proporciona uma visão do céu mais lindo, o sem lua e com estrelas em que brilham a qualquer custo e estão sempre lá à me apoiar em noites como estas...
    Não sei ao certo, mas horas depois finalmente entro na minha casa com passos de gatos sonolentos, entro na banheiro, lavo meu rosto e me acalmo um pouco mais. Troco de roupa, coloco uma mais leve e confortável para eu descansar o grande dia triste que tive. Olho-me novamente ao espelho e vejoas lágrimas ainda cair sem pedir licença. Lágrima mal educada! Com mais calma e mais controlada, consigo não derramar mais o meu líquido salgado e vou para o meu quarto.
    Arrependo-me muito de ter o feito por fazer-me lembrar todos os nossos bons momentos. Tudo como num filme em que no final, por mais dificil que seja admitir, acabou e me deixou aqui com uma só compania, as lembranças do futuro em que era perfeio...o nosso futuro.
Lembrando de alguns momentos parada na porta do quarto, sinto a enorme vontade de gritar de dor, mas a única coisa que sai é um suspiro de fraqueza em que são as ultimas forçasque o meu corpo sem energia à semanas o conseguio fazer. Sinto também minha barriga pedir por ajuda, mas o que eu dava, a única coisa que conseguia, eram lágrimas salgadas em que chegava em minha boca e com certeza chegavam nela.
    No chão frio, em um quarto escuro e com um corpo sem forças, encontro-me aqui nessa ultima cena lembrada até agora, por mim e minha cabeça confusa.
[Continua...]